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Estamos preparados para o aumento do envelhecimento?

28/12/2023

 

Em debate, Nuno Marques, coordenador do Plano para o Envelhecimento Ativo e Saudável, e Paulo Machado, sociólogo e presidente da Associação Port. de Demografia.

Portugal é um dos países mais envelhecidos da Europa, mas está preparado para o aumento da população idosa? Em debate, Nuno Marques, coordenador do Plano para o Envelhecimento Ativo e Saudável, e Paulo Machado, sociólogo e presidente da Associação Port. de Demografia.

“Há um rumo e há políticas a serem implementadas”

Nós temos um país a ficar envelhecido em termos demográficos. Somos o segundo país europeu, atualmente, já mais envelhecido e somos aquele que está a envelhecer mais rapidamente. Mas temos algo que já vem a ser feito e que é um plano estabelecido. Há políticas que nos apontam para um caminho concreto em termos de atuação.
Devemos olhar para isto sob a forma do envelhecimento ao longo do ciclo de vida e não apenas para as pessoas que estão nas faixas etárias mais avançadas, até porque temos, muitas vezes, de atuar para termos pessoas mais autónomas, mais capazes e, acima de tudo, com uma melhor qualidade de vida daqui a 20, 30, 40 anos.
Temos políticas definidas e a serem implementadas para se atuar agora e virmos a ter resultados na melhoria da qualidade de vida. Estamos longe da média em termos europeus, nomeadamente, da média da qualidade de vida acima dos 65 anos comparando com alguns países europeus, mas estamos muito bem e comparamos muito bem em termos da duração da vida, ou seja, da esperança média de vida.

Para além desta atuação, necessitamos também de atuar, sendo nós um país envelhecido, naqueles que estão a atingir ou que já estão nestas faixas etárias mais avançadas e dando-lhes todo o apoio necessário para isso.
Há um rumo, há políticas a serem feitas e a serem implementadas. Necessitamos de ter, obviamente, reforço destas mesmas políticas e, acima de tudo, avaliá-las, ver que tipo de impacto é que tem cada medida que está a ser implementada para apostarmos acertadamente e podermos melhorar a forma como as pessoas estão e ajudando-as a serem mais ativas e a terem, acima de tudo, uma melhor qualidade de vida após os 65 anos.
Atuamos em duas áreas, é isso que está a ser feito: na questão da prevenção ao longo do ciclo de vida e também nas idades mais avançadas. Atualmente, as pessoas que chegam a estas faixas etárias são ainda muito válidas, fazem parte da população, são muito ativas e já não têm nada que ver com o que tínhamos há 20 ou 30 anos.
Temos aqui, acima de tudo, uma janela de oportunidades que tem de ser olhada dessa forma, para nós atuarmos agora, pois em termos económicos irá ter um grande impacto no nosso país e na Europa nos próximos tempos.

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Fonte: Sapo